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Ibiá ganha nova queijaria artesanal e resgata tradição familiar

Atualizado: há 18 horas

Inspirado pela bisavó, João Caixeta transforma paixão e tradição em um negócio promissor.

Imagem: EMATER - Ibiá/MG
Imagem: EMATER - Ibiá/MG

UBERABA/MG – A tradição familiar, o espírito empreendedor e a paixão pelo campo se uniram para dar vida à mais nova queijaria artesanal registrada em Ibiá. Registrada no último mês junto ao Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) está a queijaria “Realeza do Jersey”, produtora de queijo minas artesanal. A frente desta agroindústria está um jovem produtor rural, João Caixeta, de apenas 27 anos que, há três anos, decidiu trocar a rotina urbana de Uberlândia pela vida no campo, resgatando uma antiga vocação familiar para a produção de queijos. Inspirado pela história da bisavó Zilá, que fazia queijos artesanais na roça, e incentivado pelos pais, Paulo e Aline Caixeta, o produtor iniciou o negócio de maneira modesta: uma pequena queijaria de apenas quatro metros quadrados, onde produzia queijos apenas para amigos e familiares.

“Nunca pensei que me tornaria um produtor rural, muito menos na área de queijos. Mas juntei minha paixão pelo empreendedorismo com a oportunidade de dar continuidade a um legado da minha família”, conta João.

A propriedade onde hoje funciona a Realeza do Jersey pertence à família há gerações.

“Tudo começou com meu bisavô, Geraldo Pereira, que construiu sua vida com a pecuária leiteira. Meus pais sempre mantiveram esse vínculo com o campo, e há cerca de oito anos iniciamos nossa própria produção em terras herdadas do meu bisavô”, relembra.

Além do valor histórico e afetivo, o queijo da Realeza do Jersey carrega uma herança sensorial. Segundo o jovem produtor, pessoas que provaram os queijos feitos por sua bisavó reconhecem o sabor no produto atual, reforçando o sentimento de sucessão familiar que atravessa gerações. O diferencial da queijaria está no leite produzido exclusivamente por vacas da raça Jersey, conhecidas pela docilidade e pela alta qualidade do leite, com teores médios de 3,5% de proteína e 4,5% de gordura.

“Escolhemos o Jersey ainda sem saber que faríamos queijo, e hoje sabemos que esse leite é essencial para o rendimento e o sabor do nosso produto. São animais dignos da realeza, por isso o nome da nossa marca”, explica.

A busca pela excelência levou o produtor a se especializar, fazendo o curso de mestre queijeiro e, mais recentemente, conquistar os registros do Selo Arte e do Selo de Inspeção do IMA.

“Quero disputar concursos de queijos no Brasil e no mundo, e sabia que o primeiro o para crescer era trabalhar de forma legalizada”, afirma.

A assistência técnica da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater–MG) foi essencial em todo o processo.

“Sem a Emater-MG nada disso seria possível. A equipe nos ajudou desde a elaboração até a construção da queijaria, sempre presentes e atentos. Os extensionistas da empresa que foram pilares nessa conquista”, reconhece.

Lilian Cristina, extensionista agropecuária da Emater–MG. Membro da Rede de Queijos Artesanais, demonstra muito orgulho em participar da história desta queijaria: “A Realeza do Jersey é um belo exemplo de sucessão familiar com inovação. O jovem produtor demonstrou empenho em legalizar e estruturar sua produção, destacando-se pela qualidade do leite da raça Jersey e pelo cuidado em todo o processo. A Emater–MG teve a satisfação de acompanhar essa trajetória, contribuindo para a conquista do registro no IMA e do Selo Arte. O produtor está entre os participantes do Programa Queijo Minas Legal (PQML), sendo um caso de sucesso que se soma a outros que também foram beneficiados por meio da assistência técnica e extensão rural, inclusive com análises de água e queijo gratuitas para subsidiar o desenvolvimento das atividades nas propriedades envolvidas. A Emater-MG participou de todo o processo de adequação estrutural da propriedade, apoio no desenvolvimento de rotulagem, rastreabilidade, procedimentos operacionais padrões para a garantia da inocuidade do produto e ofertou curso de boas práticas na queijaria e na ordenha para todos os envolvidos na atividade. Todo o processo no IMA foi acompanhado pela equipe técnica da empresa. Hoje, com os modos de fazer do queijo minas artesanal como patrimônio cultural e imaterial da humanidade, o jovem rural interessado na atividade é certeza da preservação desta iguaria."

Com os registros em mãos, a expectativa agora é alcançar novos mercados, aumentar a produção e valorizar ainda mais o produto. A história da Realeza do Jersey mostra que a tradição, quando aliada à inovação e ao conhecimento técnico, pode se transformar em um negócio promissor, carregado de identidade, sabor e história.


Por: EMATER/MG



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