Rainha do Asfalto: A história de Nahyra Schwanke, a caminhoneira que desafiou o tempo e inspirou o Brasil"
- ibiaemfoco
- 11 de mai.
- 2 min de leitura
Por mais de 70 anos, ela dominou as estradas com coragem e batom. Conheça a trajetória da mulher que provou que sonhos não têm idade – e que o volante também tem lugar para quem acredita.

A menina que sonhava com caminhões
No interior de Santa Catarina, nos anos 1940, uma menina de 12 anos chamada Nahyra Schwanke já sabia o que queria da vida. Enquanto outras crianças brincavam, ela guiava um trator na fazenda da família em Arroio Bonito, no Rio Grande do Sul, com os olhos fixos nos caminhões que cortavam as estradas de terra. O ronco dos motores era sua música; a poeira levantada pelas rodas, seu horizonte. Mas ela pensava que o mundo ainda não estava pronto para uma mulher no volante.
O amor que esperou sua hora
Na década de 1950, Nahyra seguiu o roteiro que a sociedade esperava: casou, teve uma filha, Salete, e viveu uma vida "convencional". Mas o coração dela batia mais forte quando via um caminhão ar. Quando seu casamento acabou, ela não hesitou: em 1958, aos 27 anos, comprou seu primeiro caminhão – um ato de coragem que mudaria sua história.
Estrada, sua verdadeira casa
Nos anos seguintes, Nahyra virou lenda. Rodava até 10 mil quilômetros por mês, enfrentando sol, chuva e noites solitárias na cabine, onde dormia em uma pequena cama. Transportava trigo, arroz e cevada, e cada carga significava o sustento da filha e os livros para sua educação. "Minha filha nunca ou necessidade porque eu dirigia com orgulho", dizia.
Ela não era apenas habilidosa: era impecável. Em 60 anos de estrada, zero acidentes, zero multas. Sua regra? "Respeite a velocidade, a vida e o caminho." Enquanto homens duvidavam, ela respondia com batom nos lábios e uma bolsa cheia de feminilidade: "Mulher pode ser o que quiser, até caminhoneira."
A vovó que viralizou

Com seu jeito irreverente, Nahyra conquistou as redes sociais. Vídeos dela cantando no volante ou mostrando seu Mercedes-Benz Axor 2536 emocionaram milhares. A própria Mercedes-Benz se rendeu à sua história, presenteando-a com um caminhão em miniatura personalizado. "Sou uma vovó moderna!", brincava, abraçando a tecnologia sem medo.
O último pedágio: a aposentadoria com honra
O tempo, implacável, trouxe varizes e cansaço. Hoje, aos 90 e poucos anos, Nahyra vive em Não Me Toque, RS, cercada pela filha e seus cachorros. As longas jornadas acabaram, mas seu legado permanece: ela não só dirigiu caminhões – ela dirigiu mudanças.
O recado de Nahyra para o mundo

Antes de deixar as estradas, Nahyra deixou um conselho:
"Meninas, nunca desistam. A vida é como uma viagem: tem curvas, subidas e buracos, mas quem insiste chega lá. E não importa se você é mulher, jovem ou velha – o volante é seu se você tiver coragem de pegá-lo."
Nahyra Schwanke não foi apenas a caminhoneira mais velha do mundo. Foi a prova de que sonhos, quando alimentados por paixão, não envelhecem – e que as estradas mais difíceis levam aos lugares mais bonitos.
(Se esta história te inspirou, compartilhe e ajude Nahyra a continuar motivando quem ainda tem medo de acelerar em direção aos próprios sonhos.)