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Luz misteriosa que cortou o céu de Minas Gerais aponta para lixo espacial de foguete da SpaceX

Fenômeno luminoso visto em diversas cidades mineiras e outros estados tem como explicação mais provável a reentrada de parte de um foguete Falcon 9.



Uma enigmática “bola de fogo” cruzou os céus de Minas Gerais e de outros estados na noite da última quarta-feira (14), capturando a atenção e a curiosidade de quem a observou. Apesar do espetáculo visual, a hipótese mais provável para o fenômeno, segundo especialistas, é que se tratava de lixo espacial. Mais especificamente, uma parte de um foguete Falcon 9, lançado há quase 11 anos, que reentrou na atmosfera terrestre.


Desvendando a Luz: O Lixo Espacial como Principal Suspeito


Desde os primeiros relatos, concentrados na Região Norte de Minas Gerais, a natureza do objeto luminoso gerou questionamentos. A Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros (Bramon), após analisar as imagens capturadas, confirmou a principal hipótese: o que as pessoas viram era um estágio do foguete Falcon 9. Este foguete, fabricado pela SpaceX, foi lançado em 2014, e a parte observada se separou durante o voo, permanecendo em órbita até sua recente reentrada.


A agem do objeto foi documentada em diversas cidades mineiras, incluindo Ibiá, além de registros em outros estados. A Bramon estimou que o objeto percorreu cerca de 1.500 km em aproximadamente quatro minutos, alcançando uma velocidade entre 6 e 7 km/s.


A Distinção Crucial: Lixo Espacial, Não Meteoro


O astrônomo Renato Las Casas, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), foi um dos primeiros a ponderar sobre a natureza do fenômeno. Inicialmente, ele considerou a possibilidade de ser um meteoro, mas as imagens e a análise subsequente o levaram a descartar essa opção.


"Pelo fato do objeto estar em baixa velocidade, eu descarto a possibilidade de ser um meteoro. Sobra então ser um lixo espacial, que está aqui mesmo na nossa atmosfera", explicou Las Casas.

Ele detalhou que meteoros, por sua origem e energia, penetram a atmosfera em velocidades significativamente maiores.


Las Casas esclareceu que lixo espacial abrange qualquer objeto de fabricação humana que esteja inoperante no espaço.

"Pode ser um parafuso, um satélite desativado ou ferramentas perdidas pelos astronautas. Este, pelo que me pareceu, é um objeto grande, podendo ser um satélite, por exemplo", comentou.

A cor intensa e a aparência de "fogo" são devidas ao atrito com a atmosfera, que causa superaquecimento, combustão e fragmentação do objeto.


A Reentrada Anunciada de Um Fragmento do Falcon 9


A Bramon, a partir da análise dos dados e da comparação com objetos em órbita com previsão de reentrada, identificou o objeto como o corpo do foguete Falcon 9 da SpaceX, com identificação NORAD 40108. Este estágio específico foi lançado em 5 de agosto de 2014, como parte da missão que colocou em órbita o satélite AsiaSat 8.


Após cumprir sua missão, o segundo estágio do Falcon 9 permaneceu em órbita como lixo espacial. Com o tempo, sua trajetória decaiu gradualmente até a reentrada atmosférica observada nesta quarta-feira, transformando-se de um simples detrito orbital em um espetáculo luminoso que, por alguns minutos, iluminou o céu de Minas Gerais e de outras regiões do Brasil.


Veja o vídeo registrado em Ibiá






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